Mil Faces de um Homem Liberto
Meu espírito vibra positivamente. Em toda a construção de conhecimentos, quando estou em vários templos, casas, religiões, filosofias e ciências.
Não me importando se é um local sagrado. Ou um bar da periferia, um suntuoso templo ou uma residência modesta, todos os locais me ensinam precisas lições, sejam elas de como fazer ou não fazer.
Louvo a consciência suprema dentro de uma igreja. E também o faço ao ritmo dos tambores espalhados nos terreiros. Aprendo que todo homem é portador da glória de Deus, e é meu dever restituí-la aos menos favorecidos. Encontro meus irmãos na sinagoga e na mesquita, purifico meu corpo para falar com o Altíssimo. Em uma casa o chamo de Alá, na outra de Hashem, eu também digo amém.
E assim, sigo minha jornada. De coração aberto e espírito de aprendiz, sabendo que cada espaço carrega em si a centelha sagrada do divino.
No silêncio de um mosteiro budista. Medito sobre a impermanência da vida, enquanto no pulsar frenético dos tambores do terreiro, sinto a ancestralidade me envolver e ensinar.
Não me rendo ao ego de dogmas rígidos. Tampouco me deixo limitar por fronteiras criadas pela mente dos homens. Em cada canto do mundo, descubro que a fé é a linguagem universal da alma.
Rezo com os monges tibetanos. Acendo velas no altar de um orixá, me curvo diante de um mestre zen e danço em êxtase ao som dos cânticos indígenas.
Vejo a essência divina refletida. No olhar do humilde e do sábio, do crente e do cético. Aprendo que o sagrado não se restringe a templos imponentes, mas se manifesta no sorriso de uma criança, na generosidade de um estranho, no calor de um abraço inesperado ou no simples barraco construído na periferia.
Descobri que a verdade não pertence a um só livro. Nem a um só povo, mas se espalha como sementes ao vento, germinando nos corações abertos.
Aprendi que não há caminhos errados. Quando se busca com sinceridade. Que Deus não se ofende com a diversidade de nomes, mas se alegra com a verdade dos corações dos povos.
Minha jornada é guiada pelo aprendizado. E pela busca do sagrado em todas as suas formas. No budismo, descubro a paz interior; no taoísmo, a harmonia com o fluxo da vida; no jainismo, a compaixão absoluta; na Wicca, a conexão com a natureza e seus ciclos. Em cada templo, terreiro, sinagoga, mesquita ou círculo sagrado, vejo diferentes reflexos do divino.
E por isso sigo. Com pés descalços ou calçados, com as mãos postas ou erguidas, com cânticos ou em silêncio, encontrando o divino em cada esquina, em cada rosto, em cada suspiro de vida. Porque onde há amor, há Deus. E onde há Deus, estou em casa.
Artigo: Irmão Barbosa.
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Este Artigo faz parte do Livro de Toleran. O Livro do Tolerâncialismo.
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