A meditação do mal

A Meditação do Mal

Muitos falam sobre o benefício da meditação. Mas pouco se fala sobre a meditação do mal. O que seria essa meditação? É o vício. Quando você fuma um cigarro, você pratica essa meditação do mal.

É um momento de fuga, onde, por alguns instantes, você relaxa, medita, experimenta um breve período de alívio dos problemas. Acompanhando você está o melhor amigo daquele instante — assim é o vício.

Sem se dar conta dos malefícios causados, você segue, de trago em trago, meditando sobre momentos de sua vida. Seu falso melhor amigo daquele momento o acompanha nas reflexões, sem que perceba o preço que paga por essa companhia.

E assim, nessa meditação do mal, o homem se torna prisioneiro de sua própria fuga. Ele busca refúgio nos vapores do vício, nas cinzas que se desfazem ao vento, mas não percebe que cada tragada é um contrato silencioso com a decadência.

O vício sussurra promessas de alívio, de esquecimento momentâneo, de um instante de paz fabricada — mas, no fim, tudo o que concede é a servidão. Um relacionamento possessivo, que não permite que você siga sozinho.

Como um náufrago que se agarra a um pedaço de madeira no oceano, ele acredita estar seguro. Mas a madeira apodrece, e as águas o arrastam para longe. Ele não se dá conta de que aquilo que o conforta também o afunda.

Não são apenas os vícios visíveis, como o fumo, o álcool ou outras substâncias, que aprisionam a mente nessa meditação perversa. Há também os vícios sutis — a procrastinação, o autoengano, a preguiça do espírito, a busca incessante por distrações vazias. Todas essas formas de fuga são templos onde o meditador do mal se ajoelha, sem perceber que sua oração é uma rendição.

Em meio a essa terrível meditação do mal, em um breve intervalo de um trago ao outro, descobri que as companhias se afastam. O cheiro do cigarro é terrível. Você atrairá apenas a companhia de outros viciados, formando um círculo vicioso de meditadores do mesmo malefício.

Apenas uma companhia pura permaneceu: minha cachorrinha Any. Mesmo tossindo pelo forte cheiro da fumaça, manteve-se ao meu lado apenas pelo prazer de estar comigo. Os animais são os únicos verdadeiros portadores do amor incondicional.

O vício é uma espécie de melhor amigo, sempre presente quando as coisas dão errado. Entre uma baforada e outra, ele nunca o abandona — a não ser na hora da sua morte.

Redução da Ansiedade e do Estresse

Muitos fumam para aliviar a tensão, mas a verdadeira meditação oferece uma alternativa saudável para alcançar um estado de relaxamento sem a necessidade do cigarro. Estudos mostram que técnicas como a meditação mindfulness reduzem significativamente os níveis de estresse e ansiedade.

Mas poucos são os que se libertam. Para sair da meditação do mal, é preciso força. É preciso suportar o desconforto da verdade. É necessário caminhar sem as sombras confortáveis do hábito. Acima de tudo, é preciso querer despertar.

Quando você tiver plena consciência de que cada tragada é uma abreviatura de sua vida, quando notar os efeitos terríveis em sua saúde, quando entender que essa breve fuga da realidade através do cigarro, ou qualquer outro vício, é uma armadilha que encurta sua existência, você deve tomar posse da sua mente e dizer:

“Eu não sou conduzido, eu conduzo.” Use a meditação tradicional contra a meditação do mal. Substitua o vício do cigarro pela prática da verdadeira meditação. Busque o caminho saudável para sua mente e seu corpo.

Artigo: Irmão Barbosa.


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O que é o Tolerâncialismo?

O que é o Tolerâncialismo Movimento filosófico que propõe a união de religiosos e irreligiosos, a partir da amizade entre as pessoas, tendo a religião e a irreligião como algo secundário. A investigação nos vales das religiões, filosofia e ciências deve ser a busca de todo tolerancialista. Primeiramente, deve ser celebrada a amizade entre as … Continue lendo O que é o Tolerâncialismo?