O Roteiro da Vida e a Fita VHS
A vida é como uma série, tipo uma antologia, onde cada episódio conta uma história independente, com personagens, cenários e enredos diferentes, mas todos ligados por temas centrais: amor, ódio, felicidade, infelicidade, elogios, reclamações e subassuntos de um script maior chamado o roteiro da vida.
Imagine um relacionamento de quase 30 anos, você chegou a pensar que viveria aquilo para sempre e que morreria ali. Hoje você está com outra pessoa, vivendo uma nova história e tendo novas experiências. Pouco a pouco, sua história anterior parece que não existiu. Talvez você se lembre de vez em quando, mas, a cada dia que passa, vai ficando mais distante, até quase nunca mais lembrar.
É assim que acreditamos que é a vida, tudo que você viveu e acabou é o final de um ciclo. Diferentes histórias, novos e velhos personagens, nada dura para sempre, e, na verdade, ninguém se importa. Apenas nosso ego tenta personalizar algo especial para nós. O livro chama-se roteiro da vida.
Os capítulos vividos anteriormente, são esquecidos, como uma velha fita VHS jogada nas gavetas abandonadas da vida. Décadas compartilhadas em família agora se resumem em desprezo, fingir que não conhece e total falta de consideração, ou simplesmente em um tanto faz, tanto fez.
Muito parecido com um sonho, do qual se acorda e fica triste por ter pensado que tinha sido real. O pior é que realmente aconteceu, mas, conforme o tempo vai passando, é como se fosse apenas um sonho do qual acordamos e que parece nunca ter acontecido.
A vida é o agora, o ontem é a velha fita VHS perdida nas gavetas das memórias. Talvez, ao procurar por outros arquivos, acidentalmente você se depare com episódios do ontem. Será uma pequena lembrança momentânea, que passará rapidamente. Não se apegue nem dê demasiada importância a isso.
Pouco a pouco essas memórias vão morrendo, pouco a pouco a vida se escapa entre os dedos. Todos estão exatamente onde deveriam estar. Não tente achar finais diferentes para histórias que chegaram ao fim. O grande roteirista do universo nunca erra.
Artigo: Irmão Barbosa.
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