Se meu pai ainda estivesse vivo
Só entendemos a real importância de um pai quando ele parte deste mundo. Quando o contato físico já não é possível, é a ausência que desperta todos os nossos sentidos para a falta que ele faz.
Hoje sinto falta dos sermões, das discussões, das correções… e de tudo aquilo que ele tanto insistia em me ensinar, mas que, na época, eu não quis ouvir. Se meu pai ainda estivesse vivo, eu o escutaria mais e falaria menos.
A morte nos revela aquilo que a vida não nos permitiu enxergar: as palavras duras de um pai eram, na verdade, pontes para o futuro. Conselhos dados para encurtar o caminho das dores que eu não via, mas que ele, com a experiência de anos à minha frente, sabia que cedo ou tarde cruzariam o meu destino.
Um pai é como um livro aberto que só aprendemos a valorizar quando a última página se fecha. Se meu pai ainda estivesse vivo, eu o abraçaria mais e o questionaria menos. Se meu pai ainda estivesse vivo, eu viveria menos para mim e mais para nós dois.
O tempo é mestre, mas meu pai adiantava lições que só entendi tarde demais. Se meu pai ainda estivesse vivo, eu o abraçaria até que o tempo parasse. Diria que sua presença era meu escudo, que sua dureza era amor disfarçado, que sua existência era a bússola que hoje me falta.
Mas ele não está. E, na ausência dele, descobri que a dor mais profunda não é a da morte em si, mas a de seguir vivendo sem aquele que nos ensinou a viver.
Se o seu pai ainda está vivo, abrace-o. Convide-o para almoçar, ligue, diga que o ama. Cada segundo é precioso, pois o tempo é o único bem que não admite reposição. Aproveite enquanto ele ainda está aqui.
Artigo: Irmão Barbosa
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Este Artigo faz parte do Livro de Toleran. O Livro do Tolerâncialismo.
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