Eu não preciso acreditar no que você acredita, eu preciso apenas acreditar em você.
Embora eu não acredite naquilo que você acredita, eu posso perfeitamente acreditar em você, independente do seu conjunto particular de crenças, mesmo que antagônicas às minhas. Nada me impede de acreditar na sua pessoa.
Isso é ainda insistir e acreditar na figura humana, eu posso não concordar com as suas crenças, mas é meu dever respeitá-las. Mesmo que elas não se alinhem às minhas, isso não me impede de acreditar em você como pessoa.
Não precisamos ser inimigos por conta de nossas convicções, sempre há algo a ser aprendido. Essa é a beleza dessa filosofia de vida que se chama tolerancialismo.
Tudo que busquei nas religiões, filosofias, ciências e todo tipo de conjunto de crenças, trouxe-me o seguinte entendimento: isso só serviu e servirá para mim. Não tenho direito de querer impor o que aprendi a ninguém, jamais declarar essa filosofia como Verdade absoluta, parte da Verdade, ou mesmo parte de um clarão de entendimento. Jamais será imposto a ninguém.
Queremos que a pessoa busque a sua verdade, todos devemos ser livres pensadores, para que possamos nos libertar dos cárceres dogmáticos dos pseudo-portadores da verdade absoluta.
Tudo aquilo que a sua inteligência corporal lhe retorna como conforto deve ser minuciosamente estudado. Em última análise, se isso lhe faz bem e não prejudica ninguém, por que não adotar esse comportamento?
Os líderes precisam de você para perpetuar a continuação de suas crenças. Querem robôs obedientes. O que propomos é uma libertação, onde você seja o seu próprio líder, que transite em várias casas, permanecendo naquelas que fazem bem para você, desde que seja respeitado o seu livre direito de ir e vir sempre que quiser.
Como livre pensador, é seu sagrado direito fazer exatamente aquilo que quiser. Se sente bem em uma religião, e aquilo tranquiliza seus pensamentos e é a base de sua fé, você também é livre para tomar a decisão que lhe seja mais conveniente.
Os sistemas foram programados para gerar sentimento de rejeição quando você acessa outro tipo de sistema. O cristão, ao ter contato com um terreiro, automaticamente recebe um comando mental que lhe diz: “Você está errado e será punido se continuar.”
O mesmo ocorre em qualquer outra religião, que o faz acreditar que não pode transitar em outras casas.
Uma vez uma pessoa me disse: “Isso que propõe sua filosofia, que posso estar em vários lugares e não é errado, me faz pensar que eu era um tolerancialista, só que não sabia disso, pois sempre tive medo e não notei que o sistema que seguia tinha me programado para ter medo.”
Brevemente eu o corrigi dizendo: você não precisa ser um tolerancialista e, sinceramente, nem gosto do termo. Prefiro a nomenclatura: eu sou um espírito livre. Você pode se intitular como quiser, mas nossa filosofia não tem por objetivo criar rebanhos e seguidores. Queremos apenas que as pessoas pensem por si, e nada além disso.
Não queremos e não precisamos de fiéis, devotos, seguidores ou qualquer tipo de membros. Apenas temos a intenção de colocar uma semente no solo fértil dos seus pensamentos.
Todo ser humano tem o sagrado direito de acreditar ou não acreditar em tudo que quiser. A busca é pessoal e intransferível. Qualquer forma de tentativa de controle é uma falta de respeito com os seres humanos.
As instituições não querem que você visite outras formas de pensamento por um simples motivo: ovelhas perdidas do rebanho não dão lucro ao dono do pasto.
A partir do momento que você se liberta, e se várias pessoas pensarem igual a você, as instituições religiosas quebram.
O espírito livre, independente de religião, é o buscador que será libertado dos cárceres do dogma.
Quando perdem o controle sobre você, e já não exercem nenhum tipo de domínio sobre sua pessoa, o sistema simplesmente se revolta, ao passo que você se liberta.
Artigo: Irmão Barbosa.
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Este Artigo faz parte do Livro de Toleran. O Livro do Tolerâncialismo.
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